É certo que os conceitos de bem-estar e qualidade de vida são bastante amplos e influenciados por diversos fatores. Estilo de vida, questões individuais e acesso à informação são alguns deles, assim como os determinantes sociais da saúde (DSS) e a territorialização.
Vale destacar, como aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS), que a saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não apenas a ausência de doenças ou enfermidades. E é justamente nos fatores societários e nos impactos deles na qualidade de vida que os DSS se baseiam.
Como profissionais, é fundamental compreender os determinantes sociais da saúde e seus impactos na qualidade de vida dos pacientes. Para além de permitir atendimentos mais humanizados, levar os DSS em consideração possibilitará oferecer acompanhamentos focados em bem-estar de forma integral.
Neste conteúdo, você compreende exatamente o que são determinantes sociais da saúde, territorialização, a relação entre os temas e porquê é importante levá-los em consideração na hora de realizar os atendimentos. Boa leitura!
Segundo a OMS, os determinantes sociais da saúde se relacionam com o ambiente em que a pessoa nasce, cresce, trabalha, vive e envelhece, assim como o acesso do indivíduo a poder, capital, informação e recursos.
No contexto nacional, o PenseSUS adiciona, ainda, outros determinantes sociais da saúde, como cultura, etnia (ou raça), fatores psicológicos, comportamentais e de risco à população, tais como moradia, alimentação, grau de escolaridade, emprego e renda.
Para além das doenças associadas a esses fatores, os DSS também compreendem que eles podem impactar de outras maneiras o acesso à qualidade de vida, de modo individual e coletivo.
Na prática, todos esses itens influenciarão diretamente em como as pessoas terão — ou não — acesso à saúde. Afinal, como aponta a OMS, quanto menor o nível socioeconômico, menos bem-estar e qualidade de vida os indivíduos possuem.

Em alguns casos, os determinantes sociais da saúde podem superar influências genéticas, impactando de maneira direta o bem-estar dos indivíduos. Justamente por isso, é fundamental levar os DSS em consideração durante os atendimentos, para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e diminuir desigualdades.
De acordo com a FioCruz, os DSS ganharam mais evidência na América Latina a partir de 1970. Iniciou-se uma revisão crítica de como a medicina preventiva e comunitária entendia o bem-estar, levando em consideração como os fatores sociais e econômicos influenciam no processo de saúde e no sistema de cuidados.
No Brasil, diversos estudos buscaram (e buscam) analisar como o contexto social influencia no bem-estar individual e coletivo. Atualmente, os determinantes sociais de saúde são levados em consideração para a criação de diversas políticas de bem-estar, tanto no setor público quanto no privado.
Um exemplo foi a criação, em 2006, da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), constituída de profissionais especialistas em sociedade, cultura, ciência, empreendedorismo e, evidentemente, cuidados.
Por mais que a CNDSS não esteja mais ativa, ela deixa um legado, como o Portal sobre Determinantes Sociais da Saúde, um espaço com foco em orientar, educar e dialogar sobre ações voltadas à diminuição de desigualdades socioeconômicas e seus impactos na qualidade de vida dos indivíduos e coletivos.
Profissionais de saúde, independentemente da área, precisam levar os DSS em consideração. Seja para adaptar os atendimentos ou sugerir intervenções focadas no âmbito socioeconômico, esses fatores são fundamentais para que diversos pacientes realmente consigam ter o máximo de bem-estar e qualidade de vida.
Afinal, só assim será possível realmente promover saúde integrativa, focando o cuidado no âmbito físico, mental e social.
Existem diversos exemplos dos determinantes sociais da saúde, que podem ser utilizados para ilustrar como eles influenciam a qualidade de vida dos indivíduos e até do coletivo no qual eles estão inseridos. É possível citar:
É fato que existem fatores que influenciam os determinantes sociais da saúde. Como profissionais, é importante compreender esse contexto para elaborar planos de cuidados mais assertivos e com base no histórico pessoal de cada paciente.
Afinal, para realmente amenizar os DSS, é preciso o envolvimento de diversas áreas e camadas da sociedade. Dessa forma, ações mais eficientes podem ser desenvolvidas, para diminuir desigualdades e promover o bem-estar de forma coletiva e equitativa.
Segundo a FioCruz, territorialização é um conceito geográfico, pautado em um espaço, ou seja, um pedaço de terra que foi alterado durante a história, por ações naturais e humanas.
O território é delimitado por fronteiras, que podem inclusive ser invisíveis. É o caso, por exemplo, do limite entre países (em um contexto) ou da divisão entre bairros (em um contexto mais micro).

Milton Santos, uma das principais referências sobre o tema, destaca que a teritorialização é um processo contínuo, no qual o ser humano se apropria e transforma um espaço, tanto por meio de ações quanto de relações.
Logo, o processo leva em consideração as pessoas que vivem em determinado espaço, assim como seus costumes, culturas e demais fatores que definem e transformam o território em questão.
Para que seja estabelecida, a territorialização passará por alguns processos comuns, como delimitação de espaço, análise da localidade e planejamento estratégico.
Portanto, muitas vezes, a territorialização será utilizada para criar ações com base nas necessidades das pessoas que vivem ali. É o caso de programas sociais, culturas e até campanhas de saúde específicas.
Como aponta a FioCruz, a territorialização em saúde é um conceito utilizado para ações estruturadas com o intuito de promover mais bem-estar à região em específico. Na área de cuidados, a territorialização passa por um processo que deve englobar:
A territorialização em saúde envolve, ainda, a organização e gestão do sistema, a alocação de recursos e a articulação das bases de oferta de serviços por meio de fluxos de referência intermunicipais.
Como exemplo de territorialização no setor de cuidados, é possível citar campanhas de vacinação, controle de epidemias e até oferecimento de saneamento básico. O próprio SUS faz parte de um programa com base em espaço, no caso, todo o Brasil.
Portanto, assim como os à diminuição da desigualdade causada pelos determinantes sociais da saúde, a territorialização em saúde abrange diferentes camadas da sociedade.
Como profissionais de saúde, novamente, é importante ter consciência de que fatores territoriais influenciarão no bem-estar e na promoção de cuidados aos indivíduos de determinada região.
O ideal, portanto, é conhecer a região na qual você trabalha. Muito mais do que saber as principais doenças, é válido se envolver culturalmente, para identificar fatores que podem impactar a qualidade de vida da população e, assim, oferecer planos de cuidados mais personalizados.
Como aponta o Ministério da Saúde, a territorialização pode, sim, ser considerada um processo social. Afinal, é com base nos fatores econômicos, culturais, políticos e sociais que determinado espaço será definido e analisado.
Em seguida, com base nessas análises, serão estruturadas diversas ações, inclusive àquelas focadas em saúde. Logo, a territorialização leva em consideração diversos fatores presentes na sociedade para construir ações mais assertivas e eficientes.
É possível resumir a territorialização em três fases, que resultaram em ações focadas nas necessidades de determinada região. São elas:
É no processo de territorialização, por exemplo, que determinantes sociais da saúde podem ser identificados. Portanto, essa é uma etapa importante para criação de ações de cuidados.
Evidentemente, não são todos os profissionais de saúde que participam do processo de territorialização. Nesses casos, o ideal é consultar os resultados das análises de dados, além de se conectar com o ambiente no qual você está inserido.
Dessa forma, conseguirá estruturar planos de cuidados mais condizentes com a realidade dos indivíduos que vivem dentro do contexto social em específico. Na prática, isso impacta inclusive na efetividade das intervenções propostas aos pacientes.
Territorialização e determinantes sociais da saúde são termos diretamente relacionados. Afinal, um influenciará diretamente o outro. Com base na análise de dados sobre determinada localidade, é possível compreender melhor os fatores culturais, econômicos e políticos existentes naquele espaço.

Todos esses fatores podem ser indicativos de determinantes sociais da saúde. Inclusive, essa identificação deve fazer parte da análise dos dados, para construir ações e programas de bem-estar mais eficientes.
Por exemplo: regiões que apresentam questões sanitárias, como falta de saneamento, são mais propícias para surgimento de doenças e enfermidades. Profissionais de saúde que atuam nessas localidades devem levar isso em consideração e se qualificar para oferecer tratamentos eficazes.
Quando combinados, a territorialização e os determinantes sociais da saúde são extremamente vantajosos. Afinal, por serem relacionados, os conceitos podem ser base para ações mais assertivas e customizadas. Pensando nisso, é possível citar, como principais benefícios, os seguintes itens:
Fica evidente, portanto, que a territorialização e os determinantes sociais da saúde são pontos relevantes para oferecer atendimentos mais humanos e eficazes.
Os recursos tecnológicos estão cada vez mais presentes nas estratégias de territorialização, seja para coletar ou para analisar os dados. Existe, por exemplo, sistemas conectados com inteligência artificial capazes de identificar determinantes sociais da saúde conforme os atendimentos são realizados.
A inteligência artificial generativa também pode ser utilizada para adaptar a comunicação de acordo com as informações da territorialização e dos DSS identificados. Em outras palavras, a tecnologia leva em consideração o contexto da pessoa atendida, adaptando as mensagens para que ela compreenda sua situação de saúde.
Evidentemente, durante esses processos, profissionais de saúde trabalham ao lado da inteligência artificial. No caso das mensagens, por exemplo, é importante que elas sejam sempre verificadas antes de enviar ao paciente.
A tecnologia, mais especificamente a telemedicina, também pode ser uma solução para determinantes sociais da saúde relacionados à dificuldade de acesso aos serviços de saúde.
Nessas situações, as consultas são realizadas de forma remota, por meio de ligação telefônica ou videoconferência. Assim, pessoas que têm dificuldade em realizar acompanhamento contínuo de saúde podem acessar os profissionais de seus celulares ou computadores.
Focado em expandir o acesso a bem-estar por meio da tecnologia, a plataforma de telemedicina da Ana Health pode ajudar a diminuir determinantes sociais da saúde. A ferramenta permite que você atenda pacientes de forma remota, independentemente de onde eles estejam.
A plataforma ainda conta com inteligência artificial integrada, capaz de apoiar na análise de dados sobre sua operação de saúde. A IA ainda consegue gerar mensagens personalizadas para os pacientes, adaptando sua comunicação.
Atualmente, a tecnologia é um dos melhores recursos para diminuir desigualdades observadas nos determinantes sociais da saúde e na territorialização. Para saber mais como a Ana Health te ajuda nessa tarefa, clique na imagem abaixo e confira o site!
