Quando se fala em Atenção Primária à Saúde, é comum que diferentes temas andem em conjunto. Inclusive, para garantir o máximo de bem-estar e de qualidade de vida aos pacientes, é preciso que eles andem em conjunto. É o caso, por exemplo, da coordenação do cuidado, da integralidade e da longitudinalidade.
Conforme apontam estudos científicos, toda a equipe de saúde deve trabalhar de maneira integrada, sendo parte ativa de uma coordenação do cuidado assertiva. Dessa forma, é possível oferecer atendimentos eficientes e garantir uma Atenção Primária à Saúde forte.
“A coordenação do cuidado, a integralidade e a longitudinalidade são pilares essenciais para oferecer um atendimento de qualidade. Trabalhamos para integrar tecnologia e humanização, garantindo que cada paciente receba o cuidado que precisa, ao longo do tempo e de forma conectada com toda a rede de saúde" — Mariana Soares, médica de família e comunidade na Ana Health.
Neste artigo, você confere o que é coordenação do cuidado, o que é integralidade e o que é longitudinalidade. Além disso, entende como de que forma implementar um processo de gestão de cuidado assertivo, quais as vantagens nessa prática e muito mais. Continue a leitura e confira!
Segundo Mariana Soares, a coordenação do cuidado é o processo de organizar e integrar todas as ações de bem-estar necessárias para uma pessoa ter o máximo de qualidade de vida possível, de maneira contínua e articulada entre todos os profissionais, serviços e níveis do sistema de saúde.
A coordenação do cuidado também permite que o paciente seja acompanhado de forma organizada em todos os níveis do sistema de saúde, garantindo uma conexão eficiente entre os atendimentos.
Artigos científicos destacam, ainda, que ela busca prever e atender às necessidades dos pacientes em relação à sua saúde e bem-estar. Dessa forma, promove a continuidade do cuidado, elevando seu valor e qualidade.
Para que seja eficiente, é comum que a coordenação do cuidado integre os recursos de saúde (como profissionais, farmácia e até a comunidade), defina fluxos, promova o compartilhamento de informações, ofereça atendimentos humanizados, monitore planos psicoterapêuticos, exames, guias e outros documentos médicos e planeje todo o processo de assistência de forma integrada.
“O principal objetivo é garantir que o paciente receba o cuidado certo, evitando falhas de comunicação, repetição desnecessária de exames ou interrupções no tratamento. Logo, significa acompanhar a trajetória do paciente dentro da rede de saúde, assegurando que cada etapa esteja conectada e alinhada às suas necessidades, sempre com foco na integralidade e na continuidade do cuidado” — Mariana Soares, médica de família e comunidade na Ana Health.
Na prática, a coordenação do cuidado acontece quando os profissionais de saúde acompanham de perto a pessoa, orientam encaminhamentos, interpretam resultados vindos de outros serviços e asseguram que o tratamento indicado em diferentes locais esteja em harmonia.
Logo, todos trabalham em conjunto, com foco total no paciente, oferecendo atendimentos personalizados. Dessa forma, o paciente conta com mais segurança, qualidade e eficiência conforme realiza os acompanhamentos de saúde.
Agora que você já sabe o que é coordenação do cuidado, é o momento de conhecer os três tipos existentes. A diferença entre eles está na maneira como os profissionais de saúde irão interagir e organizar as ações ao redor do paciente.
Mariana Soares, médica de família e comunidade na Ana Health, define os três tipos de coordenação do cuidado como:
O tipo de coordenação do cuidado escolhida irá variar, evidentemente, conforme a necessidade do paciente. É com base em quem é atendido que a melhor abordagem deve ser tomada pelos profissionais de saúde.
Coordenação do cuidado é um assunto que se relaciona com outros termos da área da saúde. É o caso da longitudinalidade, palavra que se refere ao acompanhamento contínuo e constante dos pacientes, independentemente de seu estado de saúde ou da presença de doenças.
Conforme apontam pesquisas científicas, a longitudinalidade do cuidado é um conceito que permite conhecer o paciente, levando em consideração pontos como contexto familiar e social, comportamentos, hábitos e, evidentemente, problemas de saúde.
Logo, faz parte da coordenação e da continuidade do cuidado dos pacientes. Dessa forma, os atendimentos são mais resolutivos, personalizados e humanos, pois as decisões clínicas passam a considerar não apenas o quadro atual, mas também a trajetória de saúde e de vida da pessoa.
“Na prática, a longitudinalidade se manifesta quando a pessoa recebe cuidado ao longo de todas as fases da vida, sendo acompanhado por profissionais que conhecem sua história, compreendem suas necessidades e oferecem acompanhamento contínuo e personalizado em cada etapa da sua trajetória” — Mariana Soares, médica de família e comunidade na Ana Health.
Por levar em consideração diversos componentes da vida do paciente, a longitudinalidade do cuidado facilita a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de enfermidades, proporcionando mais bem-estar a quem é atendido.
Agora que você já sabe o que é longitudinalidade do cuidado, é o momento de descobrir o que é integralidade — outro princípio que se relaciona com coordenação do cuidado. O termo se refere à promoção de atendimentos amplos, completos e centrados na pessoa.
Conforme aponta Mariana Soares, diferente de abordagens fragmentadas, que focam apenas na doença ou em um órgão específico, a integralidade considera o ser humano em sua totalidade, incluindo aspectos físicos, emocionais, sociais e culturais que impactam a saúde.
A Fundação Fiocruz destaca, ainda, que a integralidade é um dos quatro princípios do SUS focando na atenção à saúde de forma integral, não parcial, do ser humano. Na prática, significa que o profissional de saúde não se limita a tratar sintomas isolados, mas se preocupa com o contexto de vida do paciente, suas necessidades, vulnerabilidades e objetivos de saúde.
Isso inclui prevenção de doenças, promoção do bem-estar, manejo de condições crônicas, reabilitação e apoio emocional, criando um cuidado que se estende além do consultório, alcançando a comunidade e o ambiente familiar.
Mesmo profissionais de saúde que não atendem pelo SUS podem inserir a integralidade do cuidado em seus atendimentos, com o objetivo de promover o máximo de qualidade de vida aos pacientes.
Basicamente, sem integralidade e longitudinalidade não existe coordenação do cuidado. De acordo com Mariana Soares, médica de família e comunidade, quando combinados, esses três princípios transformam o sistema de saúde, criando um acompanhamento integrado, humano e centrado na pessoa.
Dessa forma, cada paciente é atendido de forma contínua, completa e organizada, promovendo saúde e bem-estar em todas as etapas da vida.
Tendo em mente que a coordenação do cuidado consiste em organizar e integrar as ações de saúde necessárias para que uma pessoa tenha o máximo de qualidade de vida, será preciso:
Logo, os três princípios são complementares e devem caminhar juntos durante o atendimento de toda a equipe de saúde envolvida no acompanhamento do paciente.
Para que a gestão da clínica e a coordenação do cuidado sejam realizadas de maneira eficiente, é preciso estruturar estratégias com foco em garantir a integralidade e a longitudinalidade, assim como a continuidade do atendimento.
Todas as ações de saúde necessárias para que o paciente tenha o máximo de qualidade de vida devem ser integradas, para garantir que cada etapa do atendimento esteja conectada.
“A coordenação do cuidado vai muito além de encaminhar pacientes entre serviços; envolve comunicação eficaz, planejamento compartilhado e acompanhamento constante” — Mariana Soares, médica de família e comunidade na Ana Health.
Para organizar melhor a gestão da clínica e do cuidado, é possível separar a atuação em dois pilares: intramuros, ou seja, dentro do ambiente de saúde, e extramuros, quando acontece fora do ambiente de saúde. Entenda mais!
Dentro do ambiente de saúde, a coordenação pode acontecer de diversas maneiras, do espaço físico ao atendimento. É o caso, por exemplo, do mapeamento de território e da organização de políticas de acessibilidade para os pacientes.
Também é dentro do ambiente de saúde que acontece a organização dos fluxos de atendimento, o acolhimento com escuta ativa e qualificada, a gestão de agenda e a classificação de riscos e vulnerabilidades.
Segundo Mariana Soares, a coordenação do cuidado intramuros também acontece quando os profissionais prezam por:
Adotar uma postura transparente e resolutiva, durante os atendimentos, também faz parte das condutas intramuros. A questão, nesse caso, é utilizar práticas no ambiente de saúde que garantam o acompanhamento constante e contínuo, independentemente da fase da vida ou da condição de saúde do paciente.
Por mais que exista a ideia de que a gestão da clínica e a coordenação do cuidado aconteçam sempre dentro do ambiente de saúde, essa não é uma realidade. Para ser realmente completo e contínuo, o acompanhamento precisa ir além dos espaços físicos, acompanhando o paciente onde ele precisar.
Por meio de acompanhamentos via telemedicina, protocolos de encaminhamentos detalhados (quando for o caso), manutenção de registros de saúde do paciente e do estabelecimento de fluxos assistenciais, é possível cuidar do paciente inclusive quando ele não está em atendimento.
Mariana Soares, médica de família e comunidade, complementa com outras práticas de coordenação de saúde extramuros:
A coordenação do cuidado não se restringe ao ambiente de saúde ou ao atendimento com o paciente. Para ser efetiva e proporcionar bem-estar e qualidade de vida, essa prática deve ser adotada de maneira integral, por todas as pessoas envolvidas no acompanhamento do indivíduo em questão.
Quando feita de maneira eficiente, a coordenação do cuidado possui inúmeras vantagens — tanto para os profissionais quanto para os pacientes. Entenda os principais abaixo!
A longitudinalidade, ou seja, a continuidade do cuidado de maneira constante, é um dos grandes pilares para uma gestão clínica eficiente. Quando você acompanha o paciente de perto, é possível proporcionar mais bem-estar e qualidade de vida, se adaptando de acordo com a fase de vida da pessoa.
Dessa forma, os profissionais de saúde conseguem evitar lacunas no tratamento, garantir o seguimento adequado de condições crônicas, prevenir enfermidades, propor intervenções (tanto individuais quanto coletivas) e fortalecer o vínculo entre paciente e equipe de saúde.
Para que a coordenação do cuidado aconteça de maneira assertiva, é preciso conhecer a história, as necessidades e o contexto de vida de cada pessoa — o que se conecta diretamente com o princípio da integralidade.
Com base nesses contextos, é possível oferecer um cuidado mais próximo, customizado e humano. Assim, adapta o acompanhamento de saúde de acordo com as necessidades reais do paciente.
Durante a coordenação do cuidado, serviços, profissionais e níveis de atenção em saúde são integrados para garantir a longitudinalidade e a integralidade do bem-estar do paciente.
Dessa forma, exames, encaminhamentos, tratamentos e outras intervenções são compartilhadas entre os envolvidos no acompanhamento da pessoa. Como destaca Mariana Soares, isso evita duplicidade de procedimentos, iatrogenias e falhas de comunicação, tornando o cuidado mais eficiente.
No que tange os profissionais, a integralidade, a coordenação do cuidado e a longitudinalidade são maneiras de ter contato com outras expertises e abordagens, expandindo sua própria atuação de saúde.
Por fim, é válido destacar que a coordenação do cuidado também apoia na prevenção de riscos e de enfermidades. Dessa forma, aumenta a segurança do paciente, melhora a qualidade do atendimento e promove melhores resultados em saúde.
“Quando o cuidado é coordenado, torna-se possível identificar precocemente problemas de saúde, monitorar efeitos adversos de medicamentos, evitar exames e procedimentos desnecessários ou duplicados, e reduzir internações evitáveis, oferecendo um cuidado mais eficaz e centrado na pessoa” — Mariana Soares, médica de família e comunidade na Ana Health.
Logo, a coordenação do cuidado permite atuações mais assertivas em saúde, promovendo de forma eficiente o bem-estar e a qualidade de vida junto aos pacientes.
Para que a gestão da clínica e a coordenação do cuidado sejam de fato eficientes, existem alguns desafios que devem ser contornados. Assim, será possível oferecer acompanhamento contínuo e com qualidade às pessoas.
Para Mariana Soares, os principais desafios para uma coordenação do cuidado eficiente são:
Pesquisas realizadas pelo Instituto de Saúde Coletiva de Niterói apontam outro desafio: a perda ou atraso na solicitação de exames, o que gera novos encaminhamentos, nem sempre conectados com os anteriores.
Por fim, artigos científicos destacam, ainda, que o acesso à saúde em regiões remotas ou de difícil acesso, de maneira coordenada, é um desafio ainda maior. Nesse sentido, a tecnologia pode ser uma grande aliada dos profissionais de saúde, oferecendo atendimento e acompanhamento por meio de plataformas de telemedicina.
Seja para organizar a coordenação do cuidado de forma eficiente ou para superar os desafios na gestão clínica, a tecnologia tem ganhado cada vez mais espaço no setor de saúde.
No que tange os atendimentos, a tecnologia permite que você realize teleconsultas com os pacientes, sem que eles precisem sair de casa. Dessa forma, garante a longitudinalidade, ou seja, a continuidade do cuidado. Essa é parte importante da gestão clínica.
“Por meio do teleatendimento, é possível realizar consultas remotas, acompanhar condições crônicas, ajustar tratamentos e esclarecer dúvidas do paciente sem a necessidade de deslocamento, aumentando a eficiência e a acessibilidade do atendimento”— Mariana Soares, médica de família e comunidade na Ana Health.
Além disso, as ferramentas tecnológicas também apoiam na integralidade, pois permitem compartilhamento de informações entre profissionais de saúde, documentação de documentos médicos de maneira organizada e centralizada e conexão entre cada etapa do cuidado de determinada pessoa.
Em outras palavras, a tecnologia ajuda a contornar vários desafios para a construção de uma linha de cuidado eficiente. Esse é, inclusive, um dos propósitos da Ana Health, que oferece uma plataforma de telemedicina completa para operadoras de saúde, Unidades Básicas de Saúde (UBS), ambulatórios e clínicas.
A plataforma de telemedicina da Ana Health documenta as principais informações dos pacientes, centraliza os dados em apenas um lugar, facilita a integração entre a equipe de saúde e ajuda a agilizar o acompanhamento contínuo, fatores fundamentais para uma coordenação do cuidado eficiente.
Além disso, a ferramenta possui inteligência artificial com metodologia human in the loop. Em outras palavras, a IA agiliza a troca de mensagens com os pacientes, mas só realiza o contato de fato após aprovação da equipe de saúde.
Quer saber mais sobre como uma plataforma de telemedicina te ajuda a organizar a coordenação do cuidado? Acesse o site da Ana Health e solicite uma demonstração. A equipe já usa a ferramenta e pode, de forma prática, mostrar como ela apoia em tarefas cotidianas de operadoras de saúde, Unidades Básicas de Saúde (UBS), ambulatórios e clínicas.