Você já se perguntou como lida com seu próprio processo de envelhecimento? Este é um tema que sempre esteve em alta, afinal, todos os seres vivos estão constantemente passando por mudanças devido ao tempo. E, em alguns casos, isso pode gerar receios e até medos extremos. É aí que a gerascofobia ganha, infelizmente, espaço.
De acordo com a Veja Saúde, pesquisas realizadas no Reino Unido apontam que 40% das pessoas entre 18 e 24 anos têm uma visão negativa sobre a velhice. No Brasil, 90% da população afirma ter medo de envelhecer.
Quando em níveis extremos, o medo do envelhecimento pode gerar enfermidades físicas e mentais, tornando-se uma patologia (ou seja, uma doença), chamada de gerascofobia. Segundo o Instituto de Longevidade, ela está diretamente relacionada a três principais fatores:
Pensando nisso, este artigo visa explicar o que é gerascofobia, com base em pesquisas científicas e depoimentos de especialistas no assunto. Além disso, busca entender melhor como lidar com o medo de envelhecer, para que o processo se torne mais respeitoso e empático — tanto para você quanto para quem está ao seu redor. Continue a leitura e saiba mais!
Segundo artigos científicos da Universidade de Passo Fundo, a gerascofobia pode ser explicada como o medo persistente, anormal e injustificado acerca do processo de envelhecimento.
Como resultado, os estudiosos afirmam que o medo do envelhecimento pode gerar infelicidade, ansiedade e pensamentos negativos, independentemente da pessoa apresentar doenças (ou não) devido à sua idade.
Para Joice Pallone, gerontóloga na Ana Health, a gerascofobia pode ser definida como o medo intenso e irracional do envelhecimento e das suas consequências. Não se trata apenas de receio das mudanças no corpo ou da morte, mas também do medo da perda de autonomia, da solidão e de não pertencer a mais nenhum grupo social.
“Esse medo pode impactar negativamente a qualidade de vida, levando a comportamentos de negação do envelhecimento ou sofrimento no âmbito biopsicossocial” — Joice Pallone, gerontóloga na Ana Health.
Falar sobre o medo de envelhecer implica, portanto, em compreender como ele afeta diferentes esferas da vida pessoal e coletiva. Afinal, o sofrimento biopsicossocial se refere a questões relacionadas ao corpo (sejam mudanças físicas ou doenças), à mente (como altos níveis de ansiedade) e à sociedade (o que pode levar à exclusão, por exemplo).
Alexandre Kalache, um dos maiores estudiosos ao redor da gerontologia no mundo, afirma que é previsto que gerações modernas viverão 30 anos a mais do que os avós. Em seu TEDx Talks, realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, o especialista defende o envelhecimento ativo, uma das maneiras de ir na contramão da gerascofobia. Assista o vídeo na íntegra:
Tendo em mente que o tempo irá passar, é fundamental desenvolver ferramentas para lidar com o medo do envelhecimento. Afinal, fazer mais anos não precisa estar relacionada com paradigmas e crenças negativas.
Como todo processo, é possível desenvolver ferramentas para prevenir e até lidar com a gerascofobia de forma saudável. Na prática, isso permite uma vida com mais bem-estar, na qual o envelhecimento é mais uma etapa possível de ser experienciada com prazer.
De acordo com a gerontóloga Joice Pallone, a gerascofobia é o medo intenso e irracional a respeito do envelhecimento e das suas consequências. Para além das mudanças no corpo, fatores como perda de autonomia, solidão e exclusão social também influenciam a fobia.
Artigos científicos publicados na revista Archives of Gerontology and Geriatrics (em tradução, Arquivos sobre Gerontologia e Geriatria), afirmam que o medo de envelhecer, como fobia, gera emoções negativas associadas a fatores cognitivos, fisiológicos e a experiências pessoais. Por isso, afeta diretamente a saúde mental das pessoas.
É importante mencionar que a gerascofobia é classificada no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Portanto, se trata de uma enfermidade amparada por documentos oficiais da área da saúde.
De acordo com as pesquisas, o medo do envelhecimento pode levar ao isolamento social, causando solidão e sofrimentos psicológicos. Além disso, as pessoas também podem desenvolver complexo de inferioridade conforme completam anos, transtornos físicos (como dismorfia) e até levar à sensação de inutilidade.
Torna-se, portanto, cada vez mais importante falar sobre o envelhecimento de maneira cuidadosa, empática, respeitosa e saudável. Dessa forma, é possível construir espaços seguros, nos quais fazer anos é entendido como mais uma etapa da vida, não como um momento de limitação.
Nesse sentido, Joice Pallone afirma que não precisamos tratar o envelhecer com a ideia de velhice, de morte ou de mudanças físicas negativas. Logo, é possível ressignificar a vida em cada fase, preservando a autonomia e o bem-estar, além de continuar pertencendo à sociedade.
“Envelhecer é um processo natural e contínuo que faz parte da trajetória humana. Para mim, envelhecer significa acumular experiências, desenvolver sabedoria e construir novas formas de se relacionar consigo mesmo e com o mundo” — Joice Pallone, gerontóloga na Ana Health.
É por meio da mudança na maneira como a velhice é enxergada que conseguiremos, de fato, descobrir como perder o medo de envelhecer e diminuir relatos e situações de gerascofobia.
O medo de envelhecer, como fobia, é chamado de gerascofobia ou de gerontofobia. O termo reúne duas palavras de origem gregas: “gerasko” (que significa “eu envelheço” e “phobia”, que significa “medo”).
Na prática, a gerascofobia se relaciona com o medo de envelhecer, quando sentido de maneira extrema. Este receio pode impactar a saúde mental e física das pessoas, ao mesmo tempo que também influencia a convivência em sociedade.
Existem inúmeros fatores que levam o medo de envelhecer a se tornar uma fobia. Para Joice Pallone, um dos principais fatores é o culto à juventude como padrão de sucesso e de felicidade existente em nossa sociedade.
Ao mesmo tempo, é comum que o envelhecer seja associado à fragilidade, à dependência e ao isolamento. A gerontóloga ainda afirma que a falta de informação adequada sobre o processo de envelhecimento também possui influência.
“A falta de informações adequadas sobre o envelhecimento saudável e a ausência de referências positivas reforçam esse medo. Sem uma visão realista e respeitosa do envelhecer, é natural que o desconhecido se torne fonte de ansiedade” — Joice Pallone, gerontóloga na Ana Health.
Pesquisas científicas da Universidade de Passo Fundo também afirmam que a gerascofobia está associada a fatores históricos da vida pessoal, à falta de realização e até a questões financeiras.
O medo da morte, as preocupações em relação às mudanças físicas, o receio da rejeição e propagandas e campanhas de marketing, que cultuam o ideal da juventude, também influenciam as causas da gerascofobia.
Por fim, a revista Archives of Gerontology and Geriatrics complementa que o medo de envelhecer, como fobia, também está associado a fatores cognitivos, experienciais e fisiológicos.
É normal, sim, sentir medo do envelhecimento conforme os anos vão passando. No entanto, a partir do momento que este receio se torna um impeditivo para que você tenha bem-estar e qualidade de vida, pode ser interessante lidar com o tema com mais atenção.
Atualmente, existem especialistas no envelhecer, chamados de gerontólogos, que conseguem contribuir para que você experiencie as diferentes etapas da vida de forma ativa e saudável.
Além disso, psicoterapeutas também podem ser um excelente apoio. Afinal, por meio de terapia, é possível compreender melhor sobre si mesmo e sobre o que significa bem-estar para você.
Esses profissionais podem te ajudar a entender melhor de onde vem o seu medo de envelhecer, para que você trate as causas e consiga lidar melhor com este processo, que é natural para todos os seres vivos.
Afinal, como afirma Joice Pallone, estamos conseguindo mudar os estigmas sobre o envelhecimento de maneira positiva. Um bom exemplo é quando Fernanda Montenegro, aos seus 95 anos, segue atuando no cinema e na televisão brasileira.
Dessa forma, se torna inspiração para pessoas idosas e para as futuras gerações sobre como podemos chegar em idades avançadas com disposição, de forma ativa e saudável.
A maneira como a sociedade lida com o envelhecimento implica diretamente no medo de viver este processo e até no surgimento da gerascofobia. Afinal, a cultura tende a fortalecer a ideia de que a felicidade, a realização, o sucesso e até a prosperidade são vivenciados na juventude.
É possível notar esta representação em campanhas publicitárias, em músicas, no cinema, na televisão e em diversas outras situações cotidianas. A velhice, por outro lado, tende a ser representada negativamente, com pessoas limitadas, com costumes antigos e até mais ranzinzas.
Ainda que isso esteja mudando — atualmente, existem marcas e mídias que celebram o envelhecer tanto quanto a própria juventude —, as representações negativas foram, por muito tempo, veiculadas.
Dessa forma, se a maneira como lidamos com o envelhecimento permanecer mudando positivamente, é possível que as futuras gerações comecem a aceitar melhor o passar do tempo, compreendendo cada fase da vida como possível de bem-estar.
Questões estéticas também influenciam no surgimento da gerascofobia. Com o culto à juventude, à magreza e ao rosto sem rugas e cabelos brancos, outros tipos de corpos, que não se encaixam nestes preceitos, começam a ser associados a sentimentos negativos.
Segundo a Valor Globo, a busca por procedimentos estéticos cresceu 40% ao redor do mundo nos últimos quatro anos. No que tange ao Brasil, o país é o segundo no ranking entre os que mais realizam cirurgias plásticas.
Dessa forma, lidar com as mudanças corporais e até ter uma vida que promova o bem-estar físico pode ajudar na tarefa de descobrir como perder o medo de envelhecer. Realizar terapia, nesse caso, também é uma boa opção!
Para Joice Pallone, “os sintomas da gerascofobia podem se manifestar emocionalmente, comportamentalmente e até fisicamente”. É comum, por exemplo, que algumas pessoas apresentem ansiedade extrema ao pensar no envelhecimento, evitando inclusive conversas sobre o assunto.
Outra situação comum é realizar diversas intervenções estéticas, para “parar no tempo” e não permitir que o corpo passe por mudanças devido ao envelhecimento. Elas também podem apresentar comportamentos de negação, se incomodando, por exemplo, quando são chamadas de idosas ou quando apontam determinada característica associada ao passar dos anos (como surgimento de cabelos brancos).
Em casos mais graves de gerascofobia, algumas pessoas podem apresentar outros sintomas, como insônia, crises de pânico, isolamento social e baixa autoestima. A revista Archives of Gerontology and Geriatrics também aponta que o medo de envelhecimento pode ter um impacto significativo na saúde mental.
A gerascofobia tem, sim, tratamento. Em outras palavras, é possível perder o medo de envelhecer e lidar com o passar dos anos com mais qualidade de vida e bem-estar, se mantendo ativo e saudável.
Segundo Joice Pallone, “o tratamento da gerascofobia passa, primeiramente, pelo acolhimento do medo e pela promoção da educação sobre o envelhecimento. A psicoterapia, especialmente, é uma ferramenta eficaz para ressignificar crenças negativas”.
Além disso, contar com suporte de grupos terapêuticos e de programas de educação em saúde focados no envelhecimento saudável também apoia em como perder o medo de envelhecer. Por fim, a gerontóloga afirma que a colaboração familiar é fundamental, para que o idoso permaneça incluso socialmente e se sinta pertencente.
Caso necessário, a gerascofobia também pode ser tratada com medicamentos. No entanto, eles serão devidamente prescrevidos por especialistas, os quais precisarão te acompanhar constantemente.
Existem maneiras de perder o medo de envelhecer, para passar por este processo com bem-estar. Para Joice Pallone, o primeiro passo é mudar a forma como enxergamos o processo de envelhecimento.
“Buscar informação de qualidade, construir hábitos saudáveis, manter vínculos sociais e cultivar projetos de vida são atitudes fundamentais. Além disso, é essencial promover uma autoimagem positiva e reconhecer que cada fase da vida traz potenciais e conquistas únicas, valorizando a jornada em sua totalidade” — Joice Pallone, gerontóloga na Ana Health.
Existem outras atitudes que podem ser tomadas para descobrir como perder o medo de envelhecer e evitar a gerascofobia. Saiba mais!
Como menciona Joice Pallone, buscar informações sobre o processo de envelhecimento é uma excelente maneira de lidar melhor com o receio de se tornar uma pessoa idosa. Para isso, é possível buscar referências ao seu redor.
Existem diversos perfis nas redes sociais, como Avós da Razão e Caio e Vovô Anésio, que criam conteúdos a respeito do processo de envelhecimento e mostram, diariamente, como ele pode ser saudável, repleto de energia e cheio de vivacidade.
Segui-los é uma maneira de estar mais próximo de pessoas idosas que tratam o envelhecimento com outra perspectiva. Como consequência, consegue conhecer mais sobre como é atingir idades mais avançadas.
Além disso, gerontólogos e psicoterapeutas também conseguem te ajudar a compreender melhor sobre o processo de envelhecimento, para que entenda o significado dele para você.
Os especialistas também podem sugerir intervenções, para que você lide melhor com o envelhecimento, de acordo com sua própria realidade de vida.
Buscar se informar a respeito do envelhecimento permite que paradigmas negativos e crenças equivocadas diminuam. Alguns pensamentos para se atentar e alterar sua percepção são:
Compreender seu medo do envelhecer e buscar por informações para mudar sua percepção sobre o processo de fazer mais anos é a melhor maneira para evitar a gerascofobia e seus sintomas.
Portanto, busque validar crenças antes de defini-las como verdades absolutas. Afinal, cada vez mais, é possível envelhecer com bem-estar!
O gerontólogo é um especialista que se dedica a estudar o processo de envelhecimento, para que diferentes fases da vida sejam experienciadas com bem-estar. Para pessoas idosas, pode ser um grande aliado na hora de lidar com a idade mais avançada.
Este profissional terá uma visão abrangente e multidisciplinar sobre as dimensões biológicas, psicológicas e sociais ao redor do envelhecimento. Dessa forma, consegue prestar apoio para que diferentes faixas etárias tenham bem-estar e qualidade de vida.
Realizar acompanhamentos com psicoterapeutas também ajuda a perder o medo de envelhecer. Afinal, durante a terapia, você pode falar sobre suas aflições, suas emoções e seus receios em relação a atingir uma idade mais avançada.
Em conjunto com o psicoterapeuta, também é possível compreender qual sua própria relação com o envelhecimento, descobrindo mais sobre si e mudando crenças e paradigmas negativos.
Por fim, o profissional também pode indicar práticas para que você mude sua relação com o envelhecimento. Dessa forma, consegue se tratar com mais empatia e evitar situações extremas de gerascofobia.
Rotinas de autocuidado permitem que você crie uma relação mais íntima com seu próprio corpo, conhecendo-o e respeitando-o. E, nesse caso, elas não precisam estar relacionadas com muitos produtos ou longas tarefas.
Inserir uma rotina de skincare, com hidratante e protetor solar após lavar o rosto, já pode ajudar a melhorar sua percepção sobre si mesmo, trazendo mais bem-estar. Ter períodos de descanso, para ver um filme e relaxar por exemplo, também é uma boa indicação.
A grande questão é criar uma relação consigo mesmo, para se sentir bem e se cuidar na rotina. Pequenos ajustes já podem trazer mais satisfação a respeito ao próprio corpo.
Geralmente, o conceito de beleza está associado às representações presentes na mídia. E, em sua maioria, elas exibem corpos magros, jovens, com intervenções estéticas e dentro de um mesmo padrão.
Ampliar sua visão de beleza para outros corpos, compreendendo, ainda, mais do que aspectos físicos, pode ajudar a tratar seu próprio envelhecimento com mais empatia e cuidado.
Além de pesquisar por mais referências estéticas, em outras culturas ou grupos sociais, por exemplo, é interessante trazer diferentes corpos e identidades para seu cotidiano. Siga essas pessoas nas redes sociais, busque informações sobre como beleza é um conceito variável e amplie seus horizontes a respeito do que é atraente.
Manter relações próximas com pessoas de diferentes idades pode te ajudar a expandir seus horizontes a respeito do próprio envelhecimento. Afinal, terá contato com diversas experiências diferentes.
Além de conversar com pessoas mais velhas, você pode envolvê-las em diferentes atividades, como ir ao cinema, montar um quebra-cabeça, passear no shopping ou ir a um restaurante.
Além de ter mais contato com outras experiências, essa atitude pode ajudar pessoas mais velhas a permanecerem ativas e pertencentes à sociedade, de forma que ambas as partes visualizam vantagens.
A ideia, portanto, é desenvolver atitudes que diminuam o medo do envelhecimento, para que você consiga experienciar cada etapa da vida com bem-estar, respeito, amor próprio e empatia.
Caso você precise lidar com a gerascofobia ou busca apoio para tratar o processo de envelhecimento, pode contar com a Ana Health. A empresa de saúde conta com gerontólogos, psicoterapeutas e outros especialistas disponíveis virtualmente para cuidar da sua saúde de forma integral e de maneira humanizada. Quer saber mais? Clique na imagem abaixo e confira!