De acordo com o Ministério da Saúde, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são a principal causa de morbidade no Brasil e no mundo. Para mudar essa realidade, a Organização Pan-Americana de Saúde chegou a emitir um chamado para ampliar a prevenção, o controle e o tratamento dessas enfermidades.
As ações com foco em diminuir a taxa de DCNT se conectam diretamente com a promoção de saúde integral. Por isso, profissionais da área de cuidados devem estar atentos ao plano de enfrentamento de doenças não transmissíveis, para garantir o máximo de bem-estar aos pacientes.
Para que você compreenda o tema com mais detalhes, este artigo abordará:
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Segundo Mariana Soares, médica especialista em medicina de família e comunidade, as doenças crônicas não transmissíveis são condições de saúde de longa duração e geralmente de progressão lenta, que não são causadas por agentes infecciosos e não se transmitem de pessoa para pessoa.

Logo, é possível dizer que as doenças crônicas não transmissíveis são multifatoriais, que demandam cuidados contínuos. Entre as principais DCNTs estão as doenças cardiovasculares, o diabetes, a hipertensão arterial, os diferentes tipos de câncer e as doenças respiratórias, como a asma.
“Essas condições crônicas estão diretamente relacionadas a fatores de risco modificáveis, como alimentação não saudável, sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de álcool e estresse, além de serem fortemente influenciadas pelos determinantes sociais da saúde, como renda, escolaridade, moradia e acesso a serviços de saúde” — Mariana Soares, médica de família e comunidade na Ana Health.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as DCNT afetam de maneira desproporcional países de baixa e média renda. Nesses lugares, 32 milhões de mortes globalmente são causadas por doenças crônicas não transmissíveis.
No Brasil, o Ministério da Saúde organiza ações focadas na Vigilância das Doenças e Agravos Não Transmissíveis. Como exemplo, é possível citar monitoramento de enfermidades cardiovasculares e respiratórias, de neoplasias e de diabetes.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, as principais doenças crônicas não transmissíveis são:
O Ministério da Saúde também inclui no plano de vigilância das DCNT o monitoramento de neoplasias à lista de doenças crônicas não transmissíveis. Por fim, Mariana Soares, médica de família e comunidade, também menciona a hipertensão arterial.
Por serem multifatoriais, diferentes questões influenciam o diagnóstico das doenças crônicas não transmissíveis. A Organização Mundial da Saúde organiza três pilares de atenção, para que profissionais consigam estruturar planos de cuidados mais assertivos. Confira abaixo!
Os fatores comportamentais se relacionam com hábitos e com o estilo de vida de cada pessoa. De acordo com a maneira com a qual o indivíduo vive, é possível que doenças crônicas não transmissíveis se desenvolvam. Como exemplo, é possível citar:
As influências comportamentais se relacionam diretamente com os ambientes físico, social e econômico nos quais as pessoas estão inseridas. É relevante mencionar, ainda, que esses fatores também podem ser chamados de modificáveis, justamente por serem comportamentos que são passíveis de serem transformados.

Evidentemente, quando as pessoas aderem a um estilo de vida mais saudável, com alimentação balanceada, exercícios físicos rotineiros e sem abuso de substâncias tóxicas, o risco de desenvolver DCNT diminui.
As influências comportamentais contribuem para alterações no funcionamento do corpo humano, as quais, por sua vez, aumentam as chances do surgimento de doenças crônicas não transmissíveis. São os chamados fatores metabólicos, como:
Atualmente, o principal fator de risco metabólico é a pressão arterial elevada, seguida pelo aumento da glicose no sangue e pelo sobrepeso ou obesidade.
Como o próprio nome sugere, os fatores ambientais se relacionam ao ambiente no qual a pessoa está inserida, o qual influencia diretamente no desenvolvimento das DCNT. Como exemplo, é possível citar:
Os pontos acima reforçam como as doenças crônicas não transmissíveis são multifatoriais. Logo, as ações para prevenção, monitoramento e tratamento devem ser desenvolvidas com base em saúde integrativa, adaptando o plano de cuidados conforme a necessidade de cada paciente de maneira humanizada.
Em 2025, a Organização Pan-Americana da Saúde formalizou quatro mudanças para transformar os cuidados das doenças crônicas não transmissíveis com foco na Atenção Primária à Saúde.
Por ser uma das principais causas de mortalidade ao redor do mundo, a organização busca prevenir e tratar as DCNT de maneira assertiva e eficiente, para mudar essa realidade.
Ao todo, a Organização Pan-Americana da Saúde propõe quatro mudanças de políticas para ampliar o cuidado das DCNT. São elas:
Como profissionais de saúde, é relevante adaptar os atendimentos para que reforcem as ações para ampliar os cuidados das DCNT. Isso envolve personalizar o acompanhamento, aderir a inovações em tratamentos e promover cuidados compartilhados com outras expertises do setor, para implementação de intervenções preventivas.
Conforme aponta a médica Mariana Soares, a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis é essencial para reduzir a taxa de enfermidades desse tipo e evitar o agravamento e as complicações associadas — como internações, incapacidades e piora da qualidade de vida.
Além disso, ela promove uma vida mais saudável e produtiva. Afinal, a maior parte dessas condições pode ser evitada por meio da adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, cessação do tabagismo, consumo moderado de álcool e manejo adequado do estresse.
Além das atitudes individuais, a prevenção é fortalecida por ambientes saudáveis e condições que tornem mais acessível a adoção de hábitos protetores, como acesso a espaços públicos seguros para lazer e atividade física, disponibilidade de alimentos saudáveis e serviços de saúde que orientem e apoiem o cuidado contínuo.
O enfrentamento das DCNTs exige um conjunto de ações integradas, que envolvem a promoção da saúde, a prevenção de fatores de risco e o acompanhamento contínuo das pessoas com condições crônicas, fortalecendo o cuidado longitudinal e centrado na pessoa.
Uma das principais ações, após o diagnóstico de uma doença crônica, é iniciar uma gestão eficiente e personalizada do cuidado. Pensando nisso, a Ana Health preparou um artigo sobre o tema especialmente para você.
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